Em 1834, João Allen comprou às freiras do convento de Arouca dois cálices e patenas de ourivesaria quinhentista (1520-1540), atualmente pertencentes à Santa Casa da Misericórdia do Porto, em depósito no MMIPO Museu da Misericórdia do Porto. Estes objetos para celebrações solenes integram-se numa tipologia que faz a transição da linguagem estética e formal do gótico final, com propostas ornamentais já de clara influência renascentista “ao romano”.
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A patena que acompanha o cálice é de formato circular, com fundo duplamente rebaixado, tendo ao centro e engastado um medalhão esmaltado, circundado por seis lóbulos, onde se insere num escudo a insígnia D. Melícia de Melo: coluna circundada por uma corda ladeada por dois flagelos. Circunda-o uma faixa larga com o seu lema inscrito em esmalte opaco verde-escuro: A[B] ISTIS MINE ALLI GRAVETEUR (Com estes nem pelo mínimo sejam os outros agravados). Na aba, circunscrita por filetes com motivos estilizados surge a inscrição, em caracteres góticos, que identifica a doadora: AD LAUDEM DEI MILICIA ABATISA ME FECIT (Em louvor de Deus me fez a abadessa Melicia).