Pendente com miniaturas de Joana Josefa Doroteia Felicidade Mazza

Autor desconhecido , Retrato: 1775-1783; Placa dos filhos: 1783-1826 , MNSR

Medalhão oval, de dupla face, composto por duas pinturas em miniatura montadas em molduras em ouro, protegidas por vidro, tematicamente alusivas a Joana Josefa Doroteia Felicidade Mazza Allen (1748-1783), mãe de João Allen.

Na outra face do medalhão surge, um tema relacionado com a morte de D. Joana, pintado a sépia. A cena desenrola-se no cemitério destacando-se, em primeiro plano e ao centro, um pedestal com o seguinte epitáfio:

“IN DEATH AS LAMENTED AS IN LIFE BELOV´[E] D”
(Na morte lamentada como na vida foi amada).

Este pendente está vinculado à categoria de Joia Sentimental, de natureza íntima e pessoal, cuja criação foi motivada pela circunstância de perda e destinado a perpetuar a lembrança de Joana Allen.

O objeto estabelece uma imortalidade simbólica, porque mantém viva a falecida através do seu retrato individual e fixa, simultaneamente, a lembrança e a saudade eterna dos seus entes queridos, personificadas pela representação dos seus doze filhos.

Desconhecem-se documentalmente as circunstâncias da sua encomenda, tal como o artista que executou cada uma das miniaturas. O retrato de Joana Allen, pelos detalhes do penteado, da indumentária e dos adereços que usa terá sido provavelmente  executado entre 1775 e 1783, ano em que faleceu, com a idade de 34 anos.

A retratada, Joana, era filha de João Tomás Mazza (Giovanni-Tomaso Mazza – Músico da Real Câmara de Dom João V, primo do Papa Clemente XIV) e de Maria Catarina Júdice.

Nasceu em Lisboa a 4 de setembro de 1748. Casou também em Lisboa a 17 de maio de 1767 com Duarte Guilherme Allen – cônsul do rei da Grã-Bretanha, de quem teve doze filhos. Morreu após o parto do último filho, com apenas 34 anos de idade, a 26 de setembro de 1783.

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  • Autor desconhecido
  • Retrato: 1775-1783; Placa dos filhos: 1783-1826
  • Inglaterra
  • Biografia
  • Ouro; guache; sépia, marfim
  • 19 Min. MNSR
  • Alt. 5,18 x larg. 3,85 cm

Medalhão oval, de dupla face, composto por duas pinturas em miniatura montadas em molduras em ouro, protegidas por vidro, tematicamente alusivas a Joana Josefa Doroteia Felicidade Mazza Allen (1748-1783), mãe de João Allen. No topo exibe um anel para encaixe de uma argola de suspensão. Uma das faces do medalhão apresenta um retrato de busto de Joana Allen, vista de três quartos sobre fundo neutro, com porte distinto e o olhar dirigido diretamente para o espectador. Está representada com um penteado simples, com o cabelo louro apanhado para cima, preso num coque por trás da cabeça, de onde lhe cai um cacho sobre um dos ombros. Acentuam-se desta forma, os traços do rosto alongado de tez clara onde se destacam os seus grandes olhos azuis, de olhar seguro.
A retratada veste um traje de corpo amarelo profusamente decorado com motivos florais, com o decote debruado a renda. Exibe na cabeça um toucado de flores policromas, ao pescoço uma gargantilha de três fiadas de pérolas e uns brincos de pedraria tipo “girandoles”, todos adereços de gosto acentuadamente rococó ostentados como sinal do seu status social.
Na outra face do medalhão surge, um tema relacionado com a morte de D. Joana, pintado a sépia. A cena desenrola-se no cemitério destacando-se, em primeiro plano e ao centro, um pedestal com o seguinte epitáfio:

“IN DEATH AS LAMENTED AS IN LIFE BELOV´[E] D”
(Na morte lamentada como na vida foi amada).

Sobre este, eleva-se uma urna com o nome da defunta, JOANNA ALLEN. Rodeiam-no de cada um dos lados nove dos seus doze filhos, separados em dois grupos. Os restantes, estão colocados no chão, frente ao memorial. A atitude é de pesar e consternação, acentuada pelos lenços brancos que alguns deles seguram nas mãos.

O salgueiro-chorão tornou-se um motivo muito usado em cenas de cemitério, devido ao papel que no século XVI desempenhou como um símbolo de pesar não só de amor não correspondido, como também expressando a perda de um companheiro. A morfologia da árvore contribuiu para o associar à tristeza e ao lamento.

O cipreste, devido à sua resina incorruptível e folhagem persistente, evoca a imortalidade e a ressurreição, daí ser considerado uma árvore sagrada para muitos povos.

Este pendente está vinculado à categoria de Joia Sentimental, de natureza
íntima e pessoal, cuja criação foi motivada pela circunstância de perda e destinado a perpetuar a lembrança de Joana Allen.

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